domingo, 13 de novembro de 2011

E quando eu lembro não me culpo,
não vejo o mal neste meu ato,
só tem algo que me aperta,
afoga e me salva,
de giz de cera eu pinto o mundo,
e com as unhas apago tudo,
arranho sem querer as pinturas de outra época,
daquela época que o mundo era simples,
tudo pintado num entardecer,
tudo feito como se tinha de fazer,
na época dos bons e maus atos,
na época em que eu era bom,
a era da minha inocência,
foi quem formou meu coração.

domingo, 6 de novembro de 2011

. o .

Eu conheço várias pessoas, dentre muitas, poucas se destacam. Algumas por seu jeito de falar, outras por terem muito dinheiro, outras até por não terem nada. Mas o estranho é que os extremos não se importam com a tristeza. Isso é privilégio ou sina do "meio". A mediocridade é quem tem de superar a tentação de interromper mais cedo a viagem. A mediocridade é maioria, mas mesmo assim nós não conseguimos nos impor. Subestimamos o fundo do poço, subestimamos o pico mais alto. E nós? Quem liga pra nós? Ao meu ver, ninguém. Somos os esquecidos, em mundo onde tudo é destinado a nós. Um pouco paradoxal, não? Se somos maioria, deveriamos estar no pico. Se somos os menos influenciáveis, deveriamos estar embaixo. Que sistema louco e besta este que criaram. A propósito, quem o criou? Nós, talvez. Tudo que criamos se volta contra nós. Merecemos este carma? Hoje tudo o que penso é em castigo e deveres. Se existe um céu, a mediocridade tem lugar garantido, ou não. Se bobear, acabaremos ficando no meio novamente, ou seja, aqui mesmo.

Fim de Domingo

Hoje eu to meio assim,
muito mais mundano e honesto,
quero trabalho, família e diversão,
tudo aquilo que todos querem,
provavelmente deve ser bom.

Dias de gato e dias de cão,
vivo ao mesmo tempo,
penso até quando ficarei assim,
abdicando de minha opinião.

Quando sentia o cheiro de felicidade,
tudo era melhor,
hoje to sem olfato,
vejo na vida um carma,
vejo no amor um fato.

Quando to entristecido,
sinto vontade de explodir,
vísceras e tripas pra cima,
talvez iriam subir.

Não chama alguém


Alguém pra me dizer que está tudo bem,
Alguém que me acalme,
Alguém que não me cobre,
Alguém que não viva por mim, mas comigo,
As vezes ou sempre eu só preciso de alguém.

sábado, 5 de novembro de 2011

E aí?

Tenho em mim uma dúvida,
se tenho mesmo ou não esta dúvida,
o fácil, complico,
o difícil, adio.

Tenho sempre a esperança,
para não falar comodidade,
de esperar que façam por mim,
algo que há muito quero fazer,
mas que sinto medo de tentar.

Nunca quis parar no meio,
sempre quis começar,
mas com o tempo a gente aprende,
difícil e triste é terminar,
mas quero que entenda,
eu não saí do meu lugar,
eu sempre fui o mesmo,
mas agora preciso me afastar,
não vou te dizer adeus,
deixo apenas um "foi bom",
durou o que tinha de durar e mais um pouco,
e é por isso que lhe peço desculpas,
perdoe-me pela covardia e pela insatisfação,
a ladainha "não é culpa sua" faz muito sentido,
mas por hoje, versos sem rimas estam de bom tamanho.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Aquela confusão

Hoje é dia de não sei  o que
ultimamente não sei mais de nada
a confusão que antes era da boca pra fora
hoje está bem lá dentro

Me sinto num barco ao relento
ventos sopram a toda hora, para qualquer lugar
meu leme não funciona
tenho preguiça de lutar

Vem me salvar
se estiver aí, aperta o stop
sai desse teu paraíso emprestado
e se aconchega do meu lado
te prometo o máximo de amor que posso dar
e quando acabar, prometo te deixar
assim nunca deixará de me querer
e eu enfim poderei amar