quarta-feira, 20 de abril de 2011

Ouço

Já ouvi dizeres que isso e aquilo não existe,
que a beleza por mais linda é triste,
que a solidão é o mal maior.

Já ouvi dizeres que a mais bela rosa,
por mais que seje formosa,
por mais que seje cheirosa,
ao final da tarde não será mais que uma lembrança.

Ainda há quem diga que deseja é ser criança,
pra num perder a esperança de ver o mundo mudar,
e o fim disso tudo chegar...

Há quem explique que o mal não existe,
que raciocinar é menos triste,
e a morte é um palpite.

Inda há também aqueles que acreditam,
aqueles que creditam à ignorância a felicidade,
tirá-los disso é maldade,
e por isso todo mundo quer algo para crer.

Agor'eu também quero dizer,
quero amar, quero sofrer, quero crer, quero descrer, quero mentir, quero te ter...

Pare um pouquinho pr'eu descer...

Não te preocupes, o pouco que sei disso ou aquilo,
não me serve mais de nada, pois pra minha pátria amada que não servi,
eu não sou nada, ante os deuses que ela tem.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Grilando e Tictacando

   Fechei o olho...
   O grilo grilava incessantemente, o relógio tictacava sem parar...
   Por fim o relógio parou com seu tic tac, o grilo continuou a grilar. É o retrato do que acontecerá com a natureza após a extinção humana e tecnológica do planeta Terra, a natureza tomará seu lugar como VERDADEIRA moradora do planeta, e não mais como hóspede indesejado.
  
   Fechei o olho...
   O relógio voltou a tictacar, o grilo continuava, talvez é o retrato do surgimento de uma próxima vida, que novamente avançaria tecnológicamente e novamente erraria na hora de saber parar para ouvir a Terra.

   Fechei o olho...uma ultima vez.
   Ouvi o grilo grilar, o relógio tictacar e um som que pode ser denominando música que vem de longe, me veio a esperança de que talvez, o homem consiga se reconciliar com a natureza, consiga ouvir suas queixas, ajudá-la e por fim refazê-la.
  

Prece à Explicação

Eu quero que você me explique mulher,
me explique pra que, se perguntar o por que desse amor?
Por quê não se deixar?
Por que não se expor?
Voce chegou em um lapso,
e partiu na metade disso.
Me deixou abobado com a rapidez que esse sentimento se difunde lá dentro.
O amor que me deu, o amor que te dei,
nada vale perante o que me fez, o que se fez.
Por que matou o broto de sentimento que havia em ti?
Condenando a eu ver o meu morrer aos poucos...
Por que se faz isso? Por que se machuca?
Sua ladainha de "me poupar" não cola mais - aliás nunca colou - a vida vai e vem,e continua sempre assim, irracional, insensata e imperfeita.

sábado, 16 de abril de 2011

Contos de Bar

    Era um dia comum, numa cidade comum. Ele estava sentado em uma mesa de um bar, ela estava tocando, ele a fitava como quem quisesse descobrir seus segredos mais íntimos. Ela o olhava como quem sabia que era apenas mais um "carinha" que a estaria paquerando, modesta ela. Mas era bonita, muito bonita.

    Terminado o show ele ascenou para que ela sentasse à sua mesa. Ela se aproximou e lhe ofereceu um cigarro... - Naquele instante sua mente voara, e lhe mostrou um turbilhão de possibilidaes, idéias, músicas, filmes, fatos, sentimentos e várias outras coisas - e ele declarou :
                            
   " Quando a vi,
      seu olhar me disse que tinha muito a me dizer.
      Quando a ouvi,
      sua voz tinha o som dos meus pensamentos.
      Quando veio até aqui,
      as estapas de minha vida passaram uma a uma,
      Quando me ofereceu o cigarro,
       minha sentença já estava dada,
       seria uma conversa amistosa,
       nenhum de nós se revelaria e,
       e assim, a vida como está continuaria. "

Ela se mostrou surpresa, sentou e disse: Enfim chegou.

domingo, 10 de abril de 2011

A Pedra

Rolou quando não podia,
esmagou seus sentimentos,
escancarou seu coração.

Por fora continua rígida.

sábado, 2 de abril de 2011

O que te encomoda bem pode ser o que me atrai,
o gosto é só,
vem do nada para o mesmo.

Não venha se queixar de suas dores,
hoje você não me vale a pena,
minha vida é confusa, todo caso é um dilema,
não banque a mocinha, faça uma cena.

A vida lhe parece uma novela,
sua mente há muito definha,
sua vida bela,
ao menos melhor que a minha.