quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Conto de 3 segundos

Essa não é uma estória normal, ela se passa em 3 segundos. É o tempo que levou para duas pessoas, relembrarem seu passado junto, duas metades que um dia sonharam ser um todo. Mas de sonho, apenas uma delas entende, a outra apenas raciocina, mas raciocina errado. Não leva qualquer emoção em questão. É certo tomar alguma decisão, sem antes consultar o coração? Não o coração, bobo, este apenas de dirá "Tum Tum", mas a nossa consciência emocional. Certo ou não, era o que uma das metades fazia. A outra, pobre coitada, ficava a mercê das consequências da escolha de sua metade. Confuso dilema, pobrezinha, mas não tinha o que fazer, era sua metade, ou pelo menos assim achava. Assim achava, pois quando avistou sua metade vindo em sua direção, em 1 segundo relembrou tudo o que viveram, virou de costas e torceu para que viesse ao seu encontro. Enquanto isso, sua mente voava, qual seria o melhor jeito para começar uma conversa, qual seria o motivo de tal conversa, haveria conversa? Virou-se e foi então que se viram, as metades se olharam e o pacto havia sido feito, seriam sinceros, este foi o segundo segundo da estória. Depois de tal ato, o terceiro segundo foi o toque. Sentiu o que havia sentido e desejado por tempos e tempos, olhou perplexo, alegre e risonho, mas perdeu toda sinceridade. Sua metade? Talvez tenha sido... em outro tempo... em outra vida... em outra estória.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Triste dia ensolarado de céu azul

Hoje me sinto abatido,
vejo que nada faço para o melhor,
queria ser alguém importante,
alguém que fizesse diferença,
ser uma pessoa boa, pelo menos.

Mas isso é estranho,
prego a bondade,
e não sei como fazê-la,
farei o que se fracassar com meus valores?
Perceberei que estarei errado antes do fracasso?
Se fracassar, terei para onde correr?
Conseguirei me levantar?

Dúvidas... dúvidas... dúvidas...
Antes isso até me fazia rir,
hoje muito me assusta.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Lapso

Viva a vida velha e bela,
vida vinda de outra data,
viva a vinda de outra vida,
vinda da aurora de pasárgada,
vem, ó vida...
brota em teu ventre ventos bons,
veste a veste da outra vida,
e venha agora pra ficar,
vida minha n'outra vida,
vá-se embora devagar.

sábado, 1 de setembro de 2012

Conto do dia

     Era um dia comum, mas era sexta. Sempre que chegava sexta-feria ele não conseguia se concentrar direito, não fazia bem seu trabalho ou qualquer outra tarefa. Era 17 horas, faltava pouco para a tão sonhada libertação.
     Nunca havia passado tão demorado trinta minutos, mas passara. Estava liberto. Correu para seu carro, feliz por ter a certeza de que seria o primeiro na fila do rush. O relógio não havia batido nem 20 horas e já estava em casa. Uma dádiva!
     Tomou um bom banho e correu para a geladeira. Lá estava o paraíso. Pegou uma cerveja e esquentou um prato de comida que sobrara do almoço. Sentou em frente a televisão e curtiu. Dera sorte, o melhor programa já estava pra começar.
     Comeu e bebeu tudo. Sem querer adormecera no sofá. Dormira feliz, o dia seguinte seria sábado. Nada de sair de casa. Seria livre, ao menos por um dia. Chegou até a sonhar. Lá, vivia num eterno sábado, em uma eterna liberdade. Vivia feliz. Acordou.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

All night long!

Em tudo que sinto,
com tudo que vejo,
a vida que levo,
o mundo que penso,
a vida que passa,
tudo é fruto do tempo,
e tudo é feito pra ser gozado.

Nada temos a temer,
a vida não está aqui pra nos espremer,
aquieta teu dono,
presenteie teu amado,
ame teu inimigo,
sustente o coitado,
lute pelo justo,
mas proteja o injusto.

Se estamos aqui para algo,
que seja prazeroso,
que valha o sacrifício,
vivo por isso,
vivo nisso,
amo o fazer isso,
só não me peça pra explicar,
lhe digo o contrário,
te falo da vida,
não como é,
mas como parece ser.


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Por trás da cortina

Hoje a cortina está fechada,
e o mundo está igual,
vejo gente sem caminho
e em verdade sou igual,
sempre apelam ao destino,
quando a vida está mal.

O caminho que mais gostam
tem a mentira como direção,
a luz que dizem vim do fim,
faz parte da encenação
de um mundo em que a verdade
é tida como ficção.

As pessoas são como o vento,
fazem força mas não tem direção,
a vida embebeda o vivente,
a morte o entrega a visão,
tudo morre um dia,
com os deuses não é diferente.


quarta-feira, 11 de julho de 2012

Brasil, esconde tua cara!

Cara de quem comeu o que não gostou
era a cara que estava você, sim, senhor!
Cara de quem não gostou do que olhou,
virou de costas e imaginou uma cena de amor.

De cara em cara o Brasil ta cheio,
algumas rosadas e outras passadas,
mas todas com um racho no meio,
pedem empenho,
pedem atitude,
pedem verdade,
e quando as tem,
se chocam e viram as costas como covardes.

É cara a cara que acontece a bandidagem,
ninguém ta nem aí,
estão todos em suas casas,
e que mal há em cometer ,as vezes, uma traquinagem?

A cara é o que pediram pra mostrar,
e o Brasil hoje mostra mais do que nunca,
não há mais pudor,
não há mais porquê não mostrar,
é o paraíso poder roubar
mas só de quem tem muito pra dar,
pode ser o trabalho,
o tempo,
a vida.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

domingo, 10 de junho de 2012

Um dia a menos

Minha mente não adormece,
durmo em meio a um caos danado,
vontade de fugir e ficar,
medo do futuro,
objetivos a traçar,
nada a contemplar,
tudo a se querer,
o que afinal é a vida se não um há-de-ser?

Hoje não penso em muita coisa,
flores ou espinhos,
hoje não me tiram o sono,
bem ou mal,
ou qualquer outra dualidade,
não vai me impedir de sonhar,
hoje durmo como dormem os inocentes,
na certeza de que amanhã tenho um novo objetivo,
nada de muito importante para o mundo,
algo como acordar cedo,
dar bom dia a minha família,
algo como esquecer das coisas que me importunam,
não sou o grande herói,
nunca vou ser.


sexta-feira, 25 de maio de 2012

Sobre a Loucura

O que é a loucura?

Lucidez dos indiferentes, a loucura é um enigma para a humanidade. O que se passa na mente de um ser nomeado como louco? O "sentido" da vida é outro. A vida não é um emaranhado de acidentes. A vida começa e termina todo dia. Queria eu sentir tal poder. O poder de se diferenciar do mundo.

O mundo todos conhecem, é cheio de incertezas, crimes, ódio e sobra um pouco pras coisas boas. Nada bom isso. Já o mundo dos loucos é só deles. Não há problemas se não os deles. Não há injustiças. Há vida!!!

A vida de um louco é mais intensa que a loucura da vida. No final de uma tarde, pode ter-se ido uma vida. No final de uma vida pode ter-se ido apenas uma manhã.

domingo, 13 de maio de 2012

Abril se foi...

Abril se foi, mas não foi só. Levou com ele uma de minhas dúvidas. Escrevo porque queria te atingir, te tocar. Não posso mais com as mãos, pois então seria com a mente. Se toquei, não foi suficiente, não valeu a pena. Acho que deixo de lado uma grande parte sua. E desta, não falarei mais. Teu todo agora é parte. Me desvencilho de seu todo, mas ainda não estou pronto para jogar fora tua parte. Guardo esta há anos. Me dói pensar nela a deus-dará. Me dói pensar em ti aí e eu cá. Muitas coisas me doem, porém não me abalam. Você agora é uma delas.

Abril se foi, não volta mais.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

domingo, 15 de abril de 2012

Domingo

          Eu tive alguns amores, mas quem é que nunca teve? Ultimamente eu ando sentindo a falta deles, não de todos, mas da grande maioria. Não que eu sinta falta das pessoas. Sinto falta do tempo. Daquele tempo dos meus amores. Do tempo da vida boa. Não que hoje minha vida esteja ruim. Tá boa, mas ta tarde. Pelo menos para mim, o tempo é um veneno amargo que me viciou e me largou. Por isso ando correndo atrás desse tempo que me encantou, que me deslumbrou e que me deixou. Mesmo assim, tô progredindo. A abstinência das lembranças não me afeta mais como antes.


Tempo, tempo, tempo..
volta e cura o que deixou,
tempo,
te vigio e te busco,
te mostro quem eu sou,
mas e você, tempo?

Tô sozinho nessa casa,
de compania uma almofada,
que envolvo em meus braços,
domingo machuca.

Não to triste,
nem angustiado,
talvez carente ou mal cuidado,
mas sempre tenho a ti pra me consolar,
ó meu amigo Passado.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Ignorância, um presente.

   Eis que parece surgir o frio. Começo de abril. As coisas em abril são estranhas, o mês é nostálgico. Talvez só para mim. Em abril vivi muitas coisas, mas o que mais me marca em abril, é o começo do frio. Abril tem seu cheiro. Talvez a troca do calor pelo frio deixe esse agradável aroma no ar. Talvez eu goste desse mês e por isso sinto esse cheiro. Pelo sim ou pelo não, fato é que abril chegou. Abril promete.

   Sou um privilegiado, posso ficar em casa a tarde toda. Posso ler, assistir televisão, ficar na internet etc e tal e coisa... mas o que mais me dá vontade, não sei porquê raios, mas me dá vontade de sentar numa cadeira de plástico, tomar um café bem quente e fumar um cigarro pensando no passado. O engraçado é que não fumo. Já fumei, talvez por isso sinto essa vontade. Fumando eu chegaria mais perto do meu passado, o tocaria. 

   Que graça o pessoal vê no futuro? O passado foi o que de melhor nos foi dado, mas tão rápido também tirado. Acho que quem pensa no futuro, pensa em progresso. Quem pensa no presente, pretende satisfação. E quem pensa no passado? É o que? Idiota? Pode ser, ou apenas um nostálgico. Talvez um garoto recusando-se a se tornar homem. Alguém que chora por ter perdido a inocência. Não aquela de criança, mas aquela que cega o homem quase que por toda vida, e que uma vez tirada essa venda, jamais o olho do homem será o mesmo. Por que raios eu fui tirar essa venda? Não sei, mas agora, por enquanto, essa noite... esse final de semana sagrado, eu choro... não por ter visto o mundo como tal, mas por ter tirado a venda gentilmente colocada por alguém que sabia o mal que faria olhar de frente a grande peça.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Há verdade nesse lugar?

Em cima do chão,
embaixo do céu,
há um lugar estranho e bonito,
há seres nem bons nem maus,
desentrosados.

Nesse lugar acontece de tudo,
num dia de sol,
a vida é bela e também triste,
num dia de chuva,
é tudo igual,
o diferente não existe.

Sob a luz de um senhor,
passamos a vida na eterna vigilância,
o medo de um passo em falso,
e do castigo em fosso ardente,
nos mantém em rédea firme,
esperando para que depois da vida,
possamos um dia ser contente.

sábado, 21 de janeiro de 2012

O diálogo dos olhos

Olha pro céu!
Algo vem se tornando cada vez maior,
cada vez ofusca mais o sol,
cada vez se torna mais nítido aos meus olhos,
silêncio,
eis que ouço o baque!

Olha pro chão!
Aquilo caído,
sem forças,
sem credo,
sem vida,
aquilo é nosso fruto,
nossa herança.

Olha a janela!
Há manchas por toda parte,
a lágrimas por todo ser,
há cruz em toda graça,
quem dera fosse um quadro essa janela,
quem dera fosse uma janela esse espelho.

Mesmo assim...
Olha lá atrás!
Não há beleza e nunca houve,
há sempre alguém a se fazer mal,
há sempre alguém que o poder é total,
e sempre com imaculada graça,
torna a fazer ao povo desgraça.

Olha lá adiante!
Não há mais sombra daquele,
agora estamos por si,
não há mais louco a contestar nossa justiça sagrada,
há ainda aqueles que tendem a exaltar o esquecido,
criemos pois outro,
agora deveras bom e justo.

Olha pro céu...

A humanidade floresce em caminhos floridos,
mas não feito rosa,
e sim,
erva-daninha.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Foi Quase

Explodi e segurei,
talvez não uma explosão,
mas a redoma rachou,
de lá saíram coisas sufocantes,
ficou mais confortável aqui dentro,
logo mais penso em jogar fora outra coisa.

Algo ainda me encomoda,
este algo ainda não fiz,
ao invés de um vazio,
este preenche uma grande parte aqui dentro,
seria um paradoxo,
ou uma nova lei?

Coisas inexistentes ocupam espaços?
Talvez aqui,
dentro da redoma,
talvez não seja inexistente,
talvez existe mas não agora,
uma prévia de um há-de-vir,
um tira-gosto pro banquete,
sendo ou não sendo,
isso sufoca e machuca,
me dói saber que terei de arrancar apenas uma metade,
torcendo muito para que a outra morra logo.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Paz

E logo vem o começo do amor...

Vem rápido uma luz,
algo brilhante e bonito,
faz barulho mas nada escuto,
de um lado pessoas correndo atordoadas,
de outro pessoas sem saber o que acontece,
é agora,
é já...

Logo vem o amor...

Compreende-se então que o ódio foi em vão,
esquece-se o rancor,
pratica-se o perdão,
e é tudo tão automático,
tudo tão voluntário,
o que há de mais bonito e bem-feitor neste mundo se não este clarão?

Logo vem o amor...

Agora percebe-se que os loucos eram os sãos,
os próximos somos nós mesmos,
a vida em harmonia seria tão simples se houvesse outra chance,
mas infelizmente ou não,
não há...

Logo vem o amor...

E agora,
que chega o fim,
que o céu estremece e ruge,
agora percebe-se que o amor sempre esteve aqui,
foi no começo do fim,
que pudemos nos chamar de humanidade,
e morrer como tais.

Foi no começo do fim,
que descobrimos o amor,
foi na hora do adeus,
que conquistamos o paraíso.

E acaba-se de esvair o resto de amor...