quinta-feira, 19 de abril de 2012

domingo, 15 de abril de 2012

Domingo

          Eu tive alguns amores, mas quem é que nunca teve? Ultimamente eu ando sentindo a falta deles, não de todos, mas da grande maioria. Não que eu sinta falta das pessoas. Sinto falta do tempo. Daquele tempo dos meus amores. Do tempo da vida boa. Não que hoje minha vida esteja ruim. Tá boa, mas ta tarde. Pelo menos para mim, o tempo é um veneno amargo que me viciou e me largou. Por isso ando correndo atrás desse tempo que me encantou, que me deslumbrou e que me deixou. Mesmo assim, tô progredindo. A abstinência das lembranças não me afeta mais como antes.


Tempo, tempo, tempo..
volta e cura o que deixou,
tempo,
te vigio e te busco,
te mostro quem eu sou,
mas e você, tempo?

Tô sozinho nessa casa,
de compania uma almofada,
que envolvo em meus braços,
domingo machuca.

Não to triste,
nem angustiado,
talvez carente ou mal cuidado,
mas sempre tenho a ti pra me consolar,
ó meu amigo Passado.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Ignorância, um presente.

   Eis que parece surgir o frio. Começo de abril. As coisas em abril são estranhas, o mês é nostálgico. Talvez só para mim. Em abril vivi muitas coisas, mas o que mais me marca em abril, é o começo do frio. Abril tem seu cheiro. Talvez a troca do calor pelo frio deixe esse agradável aroma no ar. Talvez eu goste desse mês e por isso sinto esse cheiro. Pelo sim ou pelo não, fato é que abril chegou. Abril promete.

   Sou um privilegiado, posso ficar em casa a tarde toda. Posso ler, assistir televisão, ficar na internet etc e tal e coisa... mas o que mais me dá vontade, não sei porquê raios, mas me dá vontade de sentar numa cadeira de plástico, tomar um café bem quente e fumar um cigarro pensando no passado. O engraçado é que não fumo. Já fumei, talvez por isso sinto essa vontade. Fumando eu chegaria mais perto do meu passado, o tocaria. 

   Que graça o pessoal vê no futuro? O passado foi o que de melhor nos foi dado, mas tão rápido também tirado. Acho que quem pensa no futuro, pensa em progresso. Quem pensa no presente, pretende satisfação. E quem pensa no passado? É o que? Idiota? Pode ser, ou apenas um nostálgico. Talvez um garoto recusando-se a se tornar homem. Alguém que chora por ter perdido a inocência. Não aquela de criança, mas aquela que cega o homem quase que por toda vida, e que uma vez tirada essa venda, jamais o olho do homem será o mesmo. Por que raios eu fui tirar essa venda? Não sei, mas agora, por enquanto, essa noite... esse final de semana sagrado, eu choro... não por ter visto o mundo como tal, mas por ter tirado a venda gentilmente colocada por alguém que sabia o mal que faria olhar de frente a grande peça.