sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

O poeta

O poeta se envenena quieto
a passo lento
sereno.

A cada tragada,
uma coçada no cabelo crespo
um olhar a esmo
um clarão de ideia.

O poeta volta a pegar a pena
e rabisca...
e escreve...
um poema.

Mais uma tragada pra sentir o veneno
do mundo que o cerca
das pessoas que o rodeiam
de tudo que é seco,
sem vida,
sem poesia.

Um último trago,
um último clarão,
uma última olhada a esmo
e enfim o poeta se torna poesia.

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