sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O mundo poderia...mas agora não.

Era um dia de sol, mas fazia frio. Ele estava sentado no sofá, sem pensar, mecânico. Assistia à TV e isso o preenchia como nunca o havia feito. Levantou e foi fazer um café, afinal, estava frio.

Na cozinha havia pouco. Duas panelas, água, açucar e café. Era o que precisava, nada mais seria útil naquele momento. Esquentou a água com grande animação, aquela tarefa necessitava de grande atenção, colocou o café e o açucar no copo e em seguida despejou a água. Pronto. A  bebida estava perfeita, um pouco rala, mas estava perfeita.

Voltou ao seu aposento, sentou e tornou a contemplar sua bela, nada poderia o tirar de lá, pensou em fumar um cigarro. Mas não fumava. Estava solitário, com frio e completo pois tinha a compania de vários programas. Sua vida se limitava ao existir. E para ele, isso já bastava. Como ele mesmo disse: "As flores simplesmente existem e morrem, e mesmo assim todos cantam sua beleza".

Ele sentia frio mesmo estando embaixo de um teto e com roupas quentes, isso o fez pensar em todas as pessoas que não possuem tal regalia. Ele ficou triste e questionou-se se aquilo era justo. Não era. Mas já não tinha mais importância, o programa que acabara de começar sugou-lhe todo o raciocínio e prendeu-lhe a atenção.

O tempo continuou andando e ele permaneceu estagnado em seu nirvana.

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